segunda-feira, novembro 09, 2009

Desejo insaciável

Li em algum lugar, alguma coisa sobre o último livro de Chico Buarque, "Leite Derramado". Não lembro dos detalhes, mas uma frase me chamou a atenção. Ela não era exatamente assim, mas estou tomando a liberdade de alterá-la ao meu bel prazer para satisfazer minha vontade de dizer o que segue:

Houve um tempo em que eu tinha um desejo insaciável por todas as mulheres do mundo. Hoje, este desejo ainda existe, mas concentra-se em uma única mulher.

Sim, eu sou um romântico. Tarado, é verdade, mas romântico.

sexta-feira, julho 03, 2009

Mulheres ciumentas

Lendo o blog "Pergunte ao Urso", encontrei estas divertidas definições dele e de um amigo pros diferentes "tipos" de mulher ciumenta, comparando-as com os diferentes tipos de "policias" que temos. Segue:

Mulher “Guarda Metropolitana” - fica ali, só circulando, mas faz vista grossa e se o negócio apertar é capaz de negar o que viu.

Mulher “Polícia Militar” – não é muito dada à prevenção. No caso de ser chamada para uma ocorrência, fica brava em ter que largar a coxinha que estava comendo, mas vai averiguar, mesmo assim é a favor da conciliação.

Mulher “ROTA” ou “BOPE” – muito ostensiva, ignora desculpas, chega batendo e perguntado “Quem é a porra da vagabunda que você está comendo?”, mesmo até que você não tenha nenhuma outra mulher. É da política da presunção do crime.

Mulher “Polícia Civil” – gosta de um agrado. Mantenha-a sempre com mimos e se você tiver um mínimo de discrição, ela te deixará em paz. Porém, em caso de ser pego em flagrante, não tem jeito, todo mundo vai parar no DP. Não costuma dar mole para vagabundo.

Mulher “Polícia Federal” – gosta de uma investigação silenciosa, não dá o bote antes da hora, fica lá te investigando por semanas, meses e até anos. Costuma se infiltrar muito bem e quando chega para discutir a questão, já vem com o papel do divórcio só faltando a sua assinatura, dotada de fotos, contas de motel e gravações, não há como escapar.

Até muito pouco tempo, eu não só não achava o ciúmes algo positivo como este era um forte fator para que eu me afastasse de alguém. Recentemente, mudei de crença e de postura e acho o ciúmes um 'mal necessário'. No meu caso, ex-condenado, sou policiado por uma legítima representante do BOPE. E quer saber? Não reclamo. ;-)

sexta-feira, abril 24, 2009

Relacionamento x Redes de Relacionamento

Em 30 de março do ano passado, eu postei uma tirinha (que reproduzo abaixo) que sinalizava os novos tempos em que vivemos, quando esforço diário, demonstrações explícitas de carinho e a busca constante pelo bem-estar do outro já não bastam, se não houver também uma "exposição-demonstração-nas-redes-de-relacionamentos-globais".

Coisa de doido? Talvez, mas é importante estar atento.

Um deslize neste contexto e algo absolutamente trivial pode significar o fim de um relacionamento bem real.

Ou no mínimo uma noite mal dormida, com cada um virado pra um lado diferente da cama.





Sinal dos tempos. Literalmente.

Eu gosto da minha barriga!

Ah, estas mulheres inteligentes!!

Vejam o que diz a psicóloga Carla Moura, terapeuta de casais e especialista em sexologia, sobre os 'homens com barriga':

Meninas de todo o Brasil, tenho um conselho valioso para dar aqui: Se você acabou de conhecer um rapaz, ficou com ele algumas vezes e já está começando a imaginar o dia do seu casamento e o nome dos seus filhos, pare agora e me escute!

Na próxima vez que encontrá-lo, tente (disfarçadamente) descobrir como é sua barriga. Se for musculosa, torneada, estilo 'tanquinho', fuja! Comece a correr agora e só pare quando estiver a uma distância segura. É fria, vai por mim.

Homem bom de verdade precisa, obrigatoriamente, ostentar uma barriguinha de chopp. Se não, não presta.

Veja bem, não estou falando daqueles gordos suados, que sentam horas na frente da televisão com um balde de frango frito, e que, quando se abaixam, mostram um cofre peludo. Não!

Estou me referindo àqueles que, por não colocarem a beleza física acima de tudo (como fazem os malditos metrossexuais) , acabaram cultivando uma pancinha adorável. Esses, sim, são pra manter por perto.

E eu digo por quê. Você nunca verá um homem barrigudinho tirando a camisa dentro de uma boate e dançando como um idiota, em cima do balcão. Se fizer isso, é pra fazer graça pra turma - e provavelmente será engraçado, mesmo.

Já os 'tanquinhos' farão isso esperando que todas as mulheres do recinto caiam de amores - e eu tenho dó das que caem.

Quando sentam em um boteco, numa tarde de calor, adivinha o que os pançudos pedem pra beber? Cerveja! Ou Coca-cola, tudo bem também. Mas você nunca os verá pedindo suco ou coca-light. Ou, pior ainda, um copo com gelo, pra beber a mistura patética de vodka com 'clight' que trouxe de casa. E você não será informada sobre quantas calorias tem no seu copo de cerveja, porque eles não sabem e nem se importam com essa informação.

E no quesito comida, os homens com barriguinha também não deixam a desejar.

Você nunca irá ouvir um 'ah, amor, 'Quarteirão' é gostoso, mas você podia provar uma 'Mc Salada' com água de coco'. Nunca! Esses homens entendem que, se eles não estão em forma perfeita o tempo todo, você também não precisa estar. Mais uma vez, repito: não é pra chegar ao exagero total e mamar leite condensado na lata todo dia! Mas uma gordurinha aqui e ali não matará seu relacionamento.

Se ele souber cozinhar, então, bingo! Encontrou a sorte grande, amiga. Ele vai fazer pra você todas as delícias que sabe, e nunca torcerá o nariz quando você repetir o prato. Pelo contrário, ficará feliz.

Outra coisa fundamental: homens barrigudinhos são confortáveis! Experimente pegar a tábua de passar roupas e deitar em cima dela. Pois essa é a sensação de se deitar no peito de um musculoso besta. Terrível!!!

Gostoso mesmo é se encaixar no ombro de um fofinho, isso que é conforto. E na hora de dormir de conchinha, então? Parece que a barriga se encaixa perfeitamente na nossa lombar, e fica sensacional.

Homens com barriga não são metidos, nem prepotentes, nem donos do mundo.
Eles sabem conquistar as mulheres por maneiras que excedem a barreira do físico. E eles aprenderam a conversar, a ser bem humorados, a usar o olhar e o sorriso pra conquistar.

É por isso que eu digo que homens com barriguinha sabem fazer uma mulher feliz!

domingo, março 29, 2009

Bad Things Good Things


Gostamos mesmo de muitas coisas, a maioria em comum. Uma destas coisas é assistir seriados juntos. Mas aí, não basta ver um episódio ou outro, não. Tem que acompanhar mesmo, do início e inteiro.

Assim, depois da reestréia de mais uma sensacional temporada de Lost (a penúltima antes do fim já anunciado) e uma decepcionante continuação da temporada de Heroes (na qual eu já não apostaria mais minhas fichas), é ótimo ver uma temporada completa de uma nova e original série. Estou falando de True Blood. Vale muito à pena. Do que se trata? Ora, vá procurar no google! :-) Mas garanto, vale à pena mesmo!

E tudo isso foi pra dizer que me amarrei na música de abertura, "Bad Things", de Jace Everett. Esta é a letra:

I wanna do bad things with you.

When you came in the air went out.
And every shadow filled up with doubt.
I don't know who you think you are,
But before the night is through,
I wanna do bad things with you.

I'm the kind to sit up in his room.
Heart sick an' eyes filled up with blue.
I don't know what you've done to me,
But I know this much is true:
I wanna do bad things with you.

When you came in the air went out.
And all those shadows there are filled up with doubt.
I don't know who you think you are,
But before the night is through,
I wanna do bad things with you.
I wanna do real bad things with you.
Ow, ooh.

I don't know what you've done to me,
But I know this much is true:
I wanna do bad things with you.
I wanna do real bad things with you.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Mulheres pra namorar

Ok, chega de umbiguismo. Não que eu esteja menos apaixonado ou que não vá voltar a centrar alguns posts em mim mesmo e na minha amada, mas vamos dar um tempo no "eu comigo mesmo" e voltar à nossa programação normal, ou seja, ao tema central deste blog: comportamento.

Há alguns dias, conversando com um colega bem mais jovem, ele fez uma declaração que, em certa medida, me surpreendeu: "hoje está mais difícil um cara achar uma mulher pra namorar do que o inverso!". Será mesmo? Parece que sim.

Há algum tempo eu e A Outra tivemos uma pequena discussão sobre a velha máxima machista de que há mulheres pra ficar e mulheres pra namorar. Eu afirmava que por mais bruto que fosse, esta declaração está correta. Claro que uma mulher que seja "pra namorar" pra um pode não ser pra outro. A questão é que parece que há cada vez menos mulheres "pra namorar", do ponto de vista da maioria dos homens.

Os porques eu não sei. Gostaria até de vê-la discursar sobre isso, mas o fato é que a tal "igualdade" está chegando a extremos que são, na minha opinião, ruins para os dois lados.
Apenas observando, sem nenhum critério científico, tenho notado, por exemplo, - e este colega reafirmou isso hoje - que as mulheres estão bebendo muito mais do que há alguns anos. Estão umas verdadeiras 'pinguças'. Consequentemente, estão cada vez mais 'sem noção'. O resultado não tem sido positivo e são elas mesmas que no dia seguinte normalmente se queixam dos efeitos (e consequencias) disso, jurando que nunca mais vão agir assim. Claro que a noite cai, outra festa aparece, e ai...

Enfim. As mulheres se queixam que não encontram homens dispostos a relacionamentos mais duradouros, mas agem como se não estivessem mesmo a fim destes. Alguém vai ter de mudar esta música ou aceitar que a dança é esta mesmo.

sábado, novembro 15, 2008

Não precisa ser de novo assim tudo igual.

É difícil saber o caminho correto a percorrer. como fazer as coisas direito desta vez? Porém uma coisa é certa: é imperativo não fazer as coisas do mesmo jeito. Pensando assim, mudei minha vida, mudei minhas atitudes, mudei algumas crenças fundamentais, me reinventei. E quer saber? Estou feliz. De verdade.

O Retorno de Saturno
Detonautas

Visão do espaço estamos tão distantes
Se acelero os passos sigo a voz do meu coração.
Ontem eu fui dormir mais tarde um pouco.

E tudo vai indo bem...

Venço o cansaço e medo do futuro.
No teu abraço é que encontro a cura do mal
Hoje eu acordei te quis por perto.

E você não sai do meu pensamento
E eu me questiono aqui se isso é normal.
Não precisa ser de novo assim tudo igual.

Entre o retorno de saturno e o seu,
Busco uma resposta que acalme o meu coração
Do amanhã não sei o que posso esperar.

E você não sai do meu pensamento
E eu me questiono aqui se isso é normal.
Você não sai do meu pensamento
E eu me pergunto aqui, se é natural

Vai dizer que o amor chegou no final.

Não precisa ser de novo assim tudo igual.

sexta-feira, outubro 31, 2008

O abominável, o inaceitável e o direito de escolha

Vou falar de um tema mais forte do que o normalmente tratado por aqui mas quero deixar claro, antes de tudo, é que acho o primeiro totalmente abominável e o segundo dificil de aceitar e entender.

Hoje me perguntaram se eu achava a pedofilia algo repulsivo. Eu, obviamente, disse que sim. Em seguida, a mesma pessoa me perguntou se eu também achava o incesto algo repulsivo e, surpreendentemente, me peguei dizendo que não. Agora, horas depois, me dou conta de que sim, também não acho a idéia do incesto algo menos que doentio, mas ao mesmo tempo compreendo de onde veio minha primeira resposta e o que diferencia, a priori, uma coisa da outra: a possibilidade de escolha.

Na pedofilia, um dos lados não tem nenhuma escolha, não pode optar e, assim, é abusado. É como o estupro, mas é ainda pior, uma vez que uma criança tem menos condições de defesa que um adulto.

No incesto, há uma escolha consciente, onde ambos optam por um relacionamento, por mais doentio que possa ser. Vale lembrar que se o incesto ocorre entre um maior e uma menor, por exemplo, antes de ser incesto é pedofilia, e neste caso, também não é escolha.

Enfim, o que eu quero dizer, é que existem infinitas formas de relacionamento afetivo-sexual. Podemos aceitar algumas e reprovar outras, mas elas existem e fechar os olhos não faz com que desapareçam. Mas o que pode legitimar esta ou aquela forma é a possibilidade de optar, de escolher. Se não há escolha, então deve ser coibido como o hediondo que é.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Nem todo dia é dia de festa

Não to com saco pra postar nada. Na verdade, hoje não estou com vontade de fazer coisa alguma. Alguns dias são assim, provavelmente reflexo de uma noite mal dormida. Felizmente tá acabando. 

Como se diz, nem todo dia é dia de festa.

Que o dia de amanhã seja mais divertido.

quinta-feira, agosto 28, 2008

A importância do ciúmes

O ciumes é outro dos temas recorrentes deste blog. Ultimamente mais do que nunca.

De repente, me descobri um ciumento. Não com o ciumes doentio, da posse. Mas o ciumes do cuidado do carinho. E mais. Descobri que quero o mesmo ciúmes em relação a mim.

Quero me sentir amado. Como a criança que testa os limites só pra saber se os pais estão por ali, prestando atenção nela. No final, acho que os adultos também querem limites. Ao menos eu quero.

Neste caso, o ciúmes passa uma sensação de importância, de relevância. A ausência do ciúmes, hoje eu sei, dá uma sensação de indiferença, do tipo "tanto faz". E tanto fazendo, tao solto, vai se experimentando aqui e ali.. e de repente meio que fica um vazio... outra vez como a criança que quer chamar atenção, provocar uma respota.. E que sem resposta, tudo parece não ter mais sentido.

Eu quero sentir o limite, saber que ele existe. Parafraseando Caetano, não quero ser deixado tão solto, quero que se grude em mim.

E em contra-partida, prometo ser igualmente ciumento, zeloso e cuidadoso.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Sou Homenzinho e gosto mesmo é de Mulherzinha!

Antes de mais nada, um alerta importante: este blog é escrito "à quatro mãos". Além de mim, outra pessoa, aliás A Outra, também o escreve. Digo isso porque um leitor mais desatento poderia entrar no blog, ler o título anterior e pensar "Será que Ele assumiu?!" Hehe... Não é o caso. Respeito todas as escolhas, mas sou um heterossexual convicto. Eu gosto de ser "homenzinho" e por mais revolucionário que eu seja ou queira acreditar ser, eu gosto mesmo é de "mulherzinha".

E aí está o ponto que realmente importa: de fato, uma mulher assumir que gosta de "ser mulherzinha", querendo dizer que sim, gosta de fazer as coisas que A Outra tão bem descreveu, não significa ser menos Mulher (assim mesmo, com "M" maiúsculo), muito pelo contrário. E no mesmo sentido, o homem simplesmente assumir o seu papel de... Homem, que zela, cuida, protege, alimenta, orienta, auxilia não o torna um ser ultrapasado ou anacrônico.

O mundo já é um lugar complicado. Nós o complicamos mais a cada dia. E pra piorar, começamos a inventar todo tipo de novidade, milhares de revoluções por minuto. Um dia, alguém entendeu que os homens deveriam ser mais femininos, talvez pintar suas unhas, e as mulheres deveriam ser mais masculinas, pagar a conta do restaurante e do motel (ao menos a metade) e trocar suas próprias lampadas. O que se ganhou com isso? Pouco, muito pouco. Talvez tenha-se mesmo perdido muito.

Sim, eu acredito que toda revolucionária, inclusive você, que está chocada com nossas declarações, achou linda a história da queima dos sutiãs poucas décadas atrás e viu praticamente todos os episódios de Sex and the City, quer mesmo é viver uma bela história de amor, ficar em casa cuidando do seu "homenzinho" (e o "inho", entenda, não é um pejorativo), abraçadinha nele e sendo paparicada e cuidada por ele. Quer a porta (do carro, da loja, de casa) aberta por ele, quer cuidado, atenção. Quer ser você mesma e quer chorar quando der vontade e não ser forte sempre. Quer ser, enfim, "mulherzinha". E, claro, quer que tudo isso venha embalado em muito companheirismo, muita reciprocidade, muita sinceridade, muito desejo e tesão, mútuos.

Impossível? Há quem jure que não.

Socorro! Virei Mulherzinha (e gostei)!!!

Dia desses estava lendo uma Revista Contigo (quanta cultura inútil) na sala de espera do dentista. A capa era com a Débora Secco que declarava: “Sou mulherzinha, gosto de ficar em casa, cozinhar, servir, agradar.”

Caso eu tivesse lido esta mesma matéria há seis meses atrás, assim como várias mulheres, eu iria querer queimá-la viva, numa fogueira em praça pública, para servir de exemplo: “Como pode uma mulher independente, profissionalmente bem sucedida e bonita dar uma declaração destas? É um desserviço às mulheres.”

Eu, como mulher independente - ainda que não tão bem sucedida nem tão bonita quanto ela (mentira, nem acho ela tão bonita assim, acho até que sou mais eu) – acharia uma tremenda demonstração de fraqueza. Ora bolas, servir aos homens, se declarar mulherzinha... Um absurdo!

Justo eu que já briguei quando homens se ofereceram para trocar lâmpadas e pneus para mim (será que pensam que sou incapaz de fazer isso?), que passei anos sem vestir nenhuma roupa cor-de-rosa, que dizia que não fazia amor, só sexo e que odiava quando não deixavam eu dividir a conta.

Porém eis que chegou esse tal de amor e bateu à minha porta. Junto com ele um cara que teve paciência para driblar todas as minhas objeções e muito sutilmente começou a fazer um agrado aqui, cuidar um pouquinho ali... e quando me dei por conta a “doce rendição” já tinha acontecido: VIREI MULHERZINHA!

E quer saber? É uma delícia ser cuidada, amada, mimada por alguém. A conseqüência natural não podia ser outra: gosto de ficar em casa, cozinhar, servir, agradar. E além de tudo ainda descobri que isso não me torna mais fraca, muito pelo contrário, me faz mais forte para buscar ser alguém cada dia melhor.

Será que este é o desejo oculto de todas as mulheres independentes: encontrar um homem com quem elas possam ser mulherzinhas?

segunda-feira, agosto 04, 2008

Monogamia: coisa de sem-vergonha

Já faz algum tempo que não posto nada. Quase 3 meses. Muita coisa aconteceu, muitas mudanças. Algumas mais radicais e fáceis de observar, outras mais sutis, na própria percepção do mundo. Mas viver é mudar, então continuo bem vivo.

Não é muito justo que a primeira postagem depois de tanto tempo seja um "copiar/colar", mas como trata-se do mesmo velho tema, acho que cabe. O tema, claro, é a monogamia. Ou, por outro lado, o fato de o ser humano não ser, afinal, monogâmico. Não é, isso já discutimos bastante aqui. Mas a questão agora é que já acho que a monogamia é possível sim. Radical, mas possível. E o texto a seguir fala exatamente isso. O texto é de Ricardo Leão.

Existem vários bons motivos para alguém escolher a monogamia, mas o melhor deles é a chance de transar sempre com uma pessoa diferente. Afinal, as pessoas mudam o tempo todo.

É por isso que, depois de dois anos de casada, você vai se ver transando com um cara totalmente distinto do namorado com quem você se casou. Melhor? Pior? Mais barrigudo? Sei lá. Mas diferente com certeza.

Você volta do cabeleireiro com aquela franja nova e seu marido encontra em casa outra mulher, não mais aquela que tinha as pontas repicadas até ontem. Ele trocou de emprego? Tesão. Vai ter um cara novo na sua cama.Você perdeu uns quilos no spinning? Gata nova no pedaço. Ele resolveu estudar francês? Nouvelle amour.

Muitos homens e mulheres, porém, não acham que a monogamia pode ser sexualmente satisfatória. Isso é perfeitamente natural. Não é vantagem do ponto de vista da seleção natural, conforme aprendi lendo THE THIRD CHIMPANZEE, do premiado cientista americano Jared Diamond, que analisa em profundidade o comportamento dos humanos em comparação ao dos outros animais.

O livro mostra que somente animais com crias que demoram muito para se desenvolver, como os humanos e os pingüins (veja o filme A MARCHA DOS PINGÜINS), tendem a ser monogâmicos por longos períodos. Como o investimento de tempo e energia para criar os filhotes é muito grande, compensa para o macho se dedicar a uma só fêmea até que a cria seja auto-suficiente pra passar o seu DNA pra frente. E ficar sempre junto dela pra garantir que o DNA do bacuri é dele e não do Ricardão.

Mesmo entre os poucos seres vivos que praticam a monogamia, o índice de infidelidade é altíssimo. Ou seja, além de divertida, a monogamia é meio pervertida, porque é antinatural. O que a torna muito mais excitante.

Como todas as outras práticas sexuais apimentadas, a monogamia deve ser praticada sempre em consenso. Quem quer praticar o sadomasoquismo deve procurar parceiros interessados. Com a monogamia é a mesma coisa. Não é uma questão de sorte. É uma questão de prática. Só deve ser praticada com alguém que também quer praticar, porque a natureza, o tédio e a vizinha gostosa do 304 vão sempre conspirar contra.

Enfim, a monogamia não é um imperativo moral nem vantagem biológica nem a melhor maneira de ser feliz. É coisa de sem-vergonha.

quarta-feira, maio 14, 2008

O Ego e os Mecanismos de Defesa

Ele disse “Que o próximo salto seja tão doado quanto o anterior”. Será isso possível?

Acredito que somos a soma do que vivemos, das experiências que tivemos e também das dores que sofremos. Analisando racionalmente não é possível dar um salto tão doado assim. Criamos nossa própria rede de segurança, mesmo que inconscientemente.

Quando me interesso por um cara, minha primeira rede de proteção é fazer um boicote a ele. Tudo o que disser será rebatido por um comentário irônico e sarcástico ou por uma objeção que torne no mínimo desagradável a sua aproximação. É a história do “só os fortes sobrevivem”.

Mas uma vez a cada década aparece algum homem forte (ou esperto) o suficiente para avançar esta etapa. Mas você acha que ele sai ileso? Nem pensar. Eu encontro mil motivos pelos quais ele não deveria ficar comigo (ele recém saiu de uma relação, não está preparado para se envolver, precisa de alguém que tenha mais tempo disponível ou qualquer outra baboseira) e decido ser muito boazinha e deixá-lo livre para seguir seu caminho. Então sem mais nem menos eu me desvinculo emocionalmente desta pessoa até ela achar que nossa relação é somente baseada em sexo.

Recentemente recebi um bom diagnóstico. Eu faço uma eutanásia das relações. Só que uma eutanásia precoce. Como se ao descobrir um tumor, antes mesmo de saber se ele é benigno ou maligno já meto uma bala na cabeça. No meu caso, ao saber que a relação está evoluindo e talvez quem sabe um dia eu vá sofrer com o fim tedioso resolvo ficar sozinha.

Ok, talvez você me ache uma aberração, mas no fundo sou só medrosa. Já tomei algumas porradas da vida. Nada muito dramático, mas quem gosta de sofrer? O problema é que ELE tem razão: fazendo isso sofro muito mais. Sofro a pior das dores, a dor do não vivido, de tudo que poderíamos ter sido.

Quem sabe um homem muito esperto e o amor possam dar jeito nisso, me fazer viver um dia (feliz) de cada vez e me provar que talvez as coisas só tenham fim depois do fim das nossas vidas?

Infinito enquanto dure

Ao comentar o meu post anterior, a Outra disse "Quanto ao fim ser o tédio continuo me perguntando (excluindo as exceções) será que tudo não termina assim e as vezes só falta um pouco de "culhão" para as pessoas assumirem isso e partirem em busca de um novo ciclo?"

A conclusão então é que tudo termina em tédio. Que tudo, enfim, termina. Que coisa. Pois bem, se o for, que seja infinito enquanto dure e, acima de tudo, que seja bom, que seja pleno, que seja intenso e inteiro.

E, quando acabar, que seja com paz e que no mínimo reste a amizade e as lembranças de um tempo em que foi bom dividir e compartilhar.

E que não falte a coragem de recomeçar nem fique o medo que enclausura e endurece o coração. Que o próximo salto seja tão doado quanto o anterior, com a consciencia de que não há rede de proteção, mas que aquele que não salta sofre muito mais.

sábado, maio 10, 2008

Iguais, mas diferentes

Todas as histórias de amor são iguais? Acho que não.

Na minha opinião, há uma falha na lógica da Outra. Ela diz que todas as histórias de amor são iguais pois passam pelas mesmas fases, que, segundo ela, são: encantamento, paixão, intimidade, rotina e, fatalmente, tédio. Eu acho que esta simplificação é o mesmo que dizer que todas as histórias humanas são iguais, uma vez que todos nascem, crescem, envelhecem e, finalmente, morrem. Mas são iguais? Claro que não.

Mas é pior. Todos morrem. Isso é um fato que ainda não pode ser contestado. Porém nem todas as histórias de amor terminam em tédio. Certamente você, eu e mesmo ela conhecem histórias de amor que não acabaram em tédio. Então concordamos: isso não é, necessariamente, o fim de qualquer história de amor.

Mas ainda que seja, ainda que muitas histórias terminem assim, elas não necessariamente serão iguais. Aliás, provavelmente não serão. Cada uma e todas elas terão suas nuances, seus momentos mais divertidos e mais trágicos, com maior ou menor grau de prazer e de dor. Algumas durarão muito e nem por isso serão divertidas todo o tempo. Outras durarão menos e podem ter todo o prazer que cabe no infinito tempo de um beijar. E outras serão eternas, divertidas e prazerosas. Enfim, cada uma será única. Será A história de amor.

O importante não é o tempo que a história dura. O importante é o quanto ela gera de prazer, felicidade, alegria, transformação e crescimento pessoal pelo tempo que durar, seja quanto for.

Na minha opinião, nenhuma história de amor é igual a outra.

quinta-feira, maio 08, 2008

Todas as Histórias de Amor São Iguais (?)

Ontem assisti ao filme Três Vezes Amor. A história conta 3 histórias de amor vividas por um mesmo personagem. O título em inglês é bem mais sugestivo “Definitely, Maybe” (na livre tradução, Definitivo, Talvez).

Neste momento apaixonado da minha vida eu queria ver algo que me provasse que tudo pode ser diferente... mas no fundo todas as histórias de amor são iguais. Ciclos em que se sucede o encantamento, a paixão, a intimidade, a rotina e o tédio.

Claro que existem variáveis, mas tente analisar os seus relacionamentos anteriores (os realmente relevantes) e você encontrará todos estes elementos.

Não estou com vontade de discorrer sobre cada uma destas etapas e também não se faz necessário, uma vez que se você tem mais de 25 anos (e relações razoavelmente saudáveis) já sabe como é.

O que eu queria neste momento era encontrar a fórmula mágica para fugir disso tudo e fazer as coisas serem realmente diferentes. Queria ter a certeza de poder dizer que é para sempre e que só o amor basta.

Mas a vida não é assim, vivemos o desafio de fazer cada dia único, de conquistar sempre a mesma pessoa e tudo isso no meio das demandas do trabalho, do pós, dos amigos, da família...

Difícil? Sim. Impossível? Ainda estou buscando a resposta. Ninguém disse que a vida seria fácil. Até lá “vou vivendo o dia-a-dia/ Na paz, na moral, na humilde busco só sabedoria/ Aprendendo todo dia, me espelho em você/ Corro junto com você, vivo junto com você, faço tudo por você”

domingo, março 30, 2008

Prova de amor

Esta é boa...


De fato, atualmente parece que se não está exposto no Orkut, não é verdade.

terça-feira, março 11, 2008

A difícil arte da verdade explícita

Porque é tão difícil a verdade explícita? Simples: porque o explícito, muitas vezes, atropela a reflexão.

Não dizer tudo o que se pensa, imediatamente, não significa mentir. Nem omitir. Não significa nem mesmo ser menos verdadeiro. Significa apenas que o que se está dizendo já foi pesado, ponderado e é, de fato, algo no que se crê.

Usar da verdade explícita é altamente traiçoeiro. Diz-se coisas que ainda não foram exatamente elaboradas, as quais, aliás, muitas vezes recém foram imaginadas, sem ainda nenhum peso, nenhum critério de valor. E o resultado muitas vezes é danoso.

Como uma flecha, o que se diz não pode mais ser contido... e desfazer uma impressão sobre algo que se disse mas que ainda nem mesmo se sabe se é no que se crê é muito, muito difícil.

domingo, março 09, 2008

Egoísmo necessário

Hoje vi a imagem abaixo e resolvi dar uma de conservador e dar um conselho (como se eu fosse bom nisso). Como em tudo, tomem cuidado mulheres. Cuidado a quem entregam seus corações, cuidado a quem entregam seus corpos... e cuidado a quem entregam as chaves de suas casas. :o)

Por cuidado, não digo a preocupação paranóica, que impede de sermos felizes (apesar de algumas pessoas muito bem sucedidas dizerem que somente os paranóicos sobrevivem). Mas o cuidado mínimo, zeloso, que devemos ter com a pessoa que mais importa: nós mesmos.

Sim, sou egoísta. E acredito sinceramente que se cada um cuidar bem de si próprio, também poderá cuidar bem do outro e de outros. Porque acredito que cuidar do outro sem cuidar de si é erguer um edifício sobre a areia.